Era uma vez
Uma terra perfeita
Mas criaram Pandora
E a paz…desfeita.
Tinha ela um pouco de cada deus
Até então nunca levado uma surra
No entanto o dia veio…
E Pandora foi burra.
Viu uma misteriosa caixa
E curiosamente a abriu
Inocentemente libertando os males
E cada um fugiu.
Todos saíram rindo e gritando
A mentira, a doença, a inveja e a velhice
Sarcasticamente caçoando:
A estúpida garota
Agora chorando
Sem solução
Os anos passando
E Pandora sem esperança,
O seu fim aguardando.
Dias últimos de sonhos belos
Como uma flor.
Dias últimos de lamentos
Repletos de dor.
Pandora faleceu
Mas as guerras continuaram.
A doença e a velhice também
As causas eram inúmeras
E o humano agora era refém
O tempo não parou
E alguns até lutaram
Enquanto outros esqueceram,
Mas nunca uma solução
Acharam
Certo dia,
O erro de sua ancestral
Decidiram reparar.
Então os descendentes de Pandora
A caixa foram procurar.
Havia uma lenda
De possível salvação
Que dentro da caixa
Estaria a solução.
Ao longo do caminho,
Foram os descendentes coletando
Um por um,
Os males capturando.
Os sacos com as presas,
Cada vez maiores
E todas as desgraças, aos poucos,
Se sentindo menores.
Mas eles,
Os males,
Não se deram por vencidos
E foi assim que iniciaram
Os seus gemidos.
Aos poucos, durante a viagem,
Semearam a discórdia
E os descendentes então indagaram:
“De quem será a glória?”
“Não há glória,
Meu caro irmão.
Acabar com essa desgraça, será a nossa recompensa,
A nossa satisfação!”
“Eu quero minha parte!
Eu tenho meu direitos!”
E os companheiros de sangue
Passaram a disputar feitos
Estabelecidos os limites para eliminação do mau
Políticas burocráticas
Regras hipócritas
Não houve uma que auxiliasse em atingir o objetivo final
As discussões continuaram
As brigas pioraram
Alguns morreram
Muitos voltaram
De muitos bem intencionados
O grupo foi reduzido a poucos
Três sobraram
Estes já roucos.
Olhavam para trás
Com tristeza reparavam
A cada cidade formada
Os males suas forças renovavam
Finalmente encontraram
A velha caixa
E quase não acreditaram
Era o fim da marcha
Colocaram os sacos com as desgraças,
Em sua prisão,
E quando se deram conta
Perceberam a ilusão
“Onde está a esperança?
Não devia estar aqui?”
“Não pode ser irmão!
Será que deixou de existir?”
Depois de conversar
E concluir a grito
Descobriram que a esperança nunca existiu
Era um mito
Anos e mais décadas passaram
Nem a fome, nem a mentira ou as guerras terminaram
“Nós, homens, é que somos maus!
Prendemos os males há anos atrás
Mas onde está o fim do caos?”
Em pacto com o que de pior poderia existir
Foi determinado pelos irmãos,
Que os males a humanidade deveria destruir
Não foi difícil
Foi inclusive breve
O mundo caminhava para seu ultimato
Como para os dentes de uma raposa, a lebre
Em tempo, todo humano foi eliminado
Restaram apenas os irmãos, agora gratos.
Se entregaram então,
Como combinado.
Depois a terra retomou a beleza que originalmente tivera
Deu início a uma nova, a melhor era.
As desgraças não quiseram essa perfeição importunar
Partiram então, para outros porcos imundos, achar.
Ficou registrado na natureza
O sacrifício de milhões
Seres que deram suas vidas
Em favor de valores mais sublimes
Seres que finalmente proporcionaram a existência
De um mundo sem crimes
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