Recentemente, a gigante Electronic Arts confirmou que os efeitos da sentença que proibiu o Counter Strike e o EverQuest, proferida pelo Juízo da 17ª Vara Federal da Seção Judiciária de Minas Gerais na ação civil pública nº 2002.38.00.046529-6, foram suspensos. Trata-se de Medida Cautelar n° 2008.01.00.010959-9 mediante a qual foi possível a autorização para comercialização e utilização dos jogos.
Ou seja, Counter Strike e EverQuest estão liberados! …por enquanto…
Ocorre que essa decisão não é definitiva. Os processos ainda não chegaram ao fim e é importante acompanhar o andamento da Ação Civil Pública e da Medida Cautelar. Com mais informações poderemos usar essa novidade a favor da mídia dos games e contar com o apoio de mais pessoas a fim de revelar o valor cultural e artístico que os jogos possuem. Sou a favor da classificação indicativa, pois acredito que os jogos, assim como outras mídias, possuem conteúdo para variadas idades e esta é uma alternativa eficaz e razoável para a proibição judicial.
Para aqueles que não sabem do que se trata, em 2007 uma sentença judicial proibiu dois games em território nacional: Counter Strike e EverQuest. Curiosamente, a decisão que proibia ambos os jogos eletrônicos se baseava em uma outra de 1999 que proibiu outros seis. No texto da sentença algumas críticas pontuais foram feitas ao CS, como o fato de ele possuir uma fase no Rio de Janeiro (o famoso mapa “cs_rio“ que foi desenvolvido por usuários) e de que o jogo (supostamente) ensinava táticas de guerrilha urbana. No entanto, não havia um parágrafo sequer comentando porque EverQuest seria um atentado à sociedade. Assim como não houve agora um parágrafo comentando a sua liberação. Convenhamos, EverQuest nunca foi um fenômeno de vendas no Brasil, mas isso não escusa a forma como foi furtivamente inserido nessa questão.
Naturalmente, o ato causou revolta por parte dos jogadores e simpatizantes da mídia dos jogos eletrônicos. As repercussões variaram, desde uma passeata até uma peça satírica (inclusive escrita por mim), em contraposição às reportagens leigas veiculadas em escala nacional.
Espero que eles deixem liberado sempre!
Tem jogos muito mais violentos que esses dois!
Se for pra proibir, proiba aqueles com cenas de estupro!
Agora eu não entendo muita coisa lendo essas ações e medidas na seca!
Mantenha-nos informado Arthur com seus dotes judiciários!
=D
Mas esses dois jogos foram os que geraram mais repercussão.
Quando “Postal” e “Motal Kombat 2” foram proibidos, por exemplo, o alarde não foi mesmo.
Ainda assim, há outros jogos proibidos no Brasil e o cenário não é apenas nacional. A Austrália sofre muito com isso também porque a classificação indicativa dela não prevê nada além de 15 anos.
Na prática, eu não sou a favor de censurarmos nenhuma obra, mas concordo que a classificação é necessária e devida.
Essa batalha nem terminou ainda, mas há bons ventos pela frente. Enquanto jogos não forem compreendidos pelo seu teor artístico e cultural, a aventura irá continuar.
Concordo com a Bruna.