Censura em Adaptação?

18 02 2008

Desinformação e Preconceito são duas palavras chaves que permeiam um ferrenho debate acerca dos jogos eletrônicos. Esse é um dos exemplos:

ratingsymbol_mEm recente notícia a famigerada ESRB, conselho que determina a censura dos jogos lançados no mercado internacional divulgou que classificou em 2007 um total de 1563 jogos, ou seja, a maior quantidade até hoje em um período de 365 dias. A interessante revelação por parte dessa estatística é que foi constatado um declínio na quantidade de jogos que receberam a censura “Mature” (sem mencionar a quase inexistente “Adults Only”). 12% em 2005, 8% em 2006 e 6% em 2007. O número total de jogos aumenta, mas a porcentagem de jogos “Mature” diminuiu. Notaram algo de estranho?

A reação imediata é pensar: Isso significa que os jogos estão perdendo o seu conteúdo “adulto”? A quantidade de jogos infantis lançados é cada vez maior. Ao mesmo tempo, jogos como Manhunt 2, que no caso alega ser idêntico ao filme Jogos Mortais, receberam a censura “AO” (enquanto o filme recebeu “R”, que equivale a “M” dos videogames). Meses depois, o inofensivo RPG Mass Effect é duramente criticado em rede televisiva por uma série de ignorantes, que não tem contato com videogames, por causa de uma cena de sexo.
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ratingsymbol_aoCurioso como o videogame é tão criticado. Será por ser uma mídia mais recente que as outras? Seria isso um processo de adaptação? Ao mesmo tempo, me pergunto, será que o conselho que decide a censura dos jogos aos poucos não é influenciado? Aos poucos a noção de o que antes era “AO”, hoje em dia pode ser só “Mature”? Talvez o critério de padrão esteja se modificando e a gente não percebe. Especialmente quando pessoas totalmente isoladas do mundo dos games tentam criticá-lo.

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2 responses

16 06 2009
Peter's avatar Peter

Embora que acredito que certos tipos de jogos virtuais podem influenciar um comportamento agressivo na vida real, acho complicado e problemático quando a mídia – como demonstrado acima – parece seguir uma estratégia de “limpeza geral”. Generalizações, baseados no “detergente” da political correctness e no “populismo dos bomzinhos” não adiantam, não ajudam a encarar a realidade.
Ora, e isso vem de alguém que não se interessa por videogames.

17 06 2009
Arthur Protasio's avatar Arthur Protasio

Muito obrigado pelo seu comentário Peter!

Acho que esse tipo de situação apenas revela o preconceito da sociedade leiga (no que diz respeito a games). Não só como entusiasta/jogador, mas como desenvolvedor de jogos, escritor e aluno de direito eu advogo em favor dos jogos como obras expressões culturais e artísticas.

Há jogos violentos sim, mas acredito que devemos encarar isso como um evidência da variedade de conteúdo que os jogos abordam. Nem todos são violentos e muitos são maduros sem nem mesmo serem violentos ou belicosos. Por isso precisamos aplicar a classificação indicativa que temos a mão em vez de impedir o acesso de toda a sociedade.

Acredite se quiser a sua compreensão, vinda de um “não-jogador”, é muito apreciada.

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