LudoBardo: O final de Mass Effect 3 e a monetização de narrativas

6 04 2012

Em seu décimo oitavo episódio, o LudoBardo discute o decepcionante final da trilogia Mass Effect e a polêmica que surge a partir da insatisfação dos consumidores, a resposta da desenvolvedora Bioware e como isso pode impactar futuros modelos de negócio a ver com a monetização de narrativas na indústria dos jogos.

Esse episódio é inteiramente livre de qualquer material que possa estragar a narrativa para quem não jogou a trilogia (vulgo, spoilers), mas um futuro episódio irá discutir em detalhes porque os finais de Mass Effect 3 foram tidos como sinônimo de falta de coesão e uma grande decepção. Abaixo seguem referências a artigos que também discutem o controvertido tópico.

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Material de Apoio:

Bioware anuncia lançamento de “Mass Effect 3 Extended Cut”

Forbes diz que mudança do final não afeta a integridade artística do jogo

Roteirista de Mirror’s Edge e Heavenly Sword discorda da postura da Bioware





Censura em Adaptação?

18 02 2008

Desinformação e Preconceito são duas palavras chaves que permeiam um ferrenho debate acerca dos jogos eletrônicos. Esse é um dos exemplos:

ratingsymbol_mEm recente notícia a famigerada ESRB, conselho que determina a censura dos jogos lançados no mercado internacional divulgou que classificou em 2007 um total de 1563 jogos, ou seja, a maior quantidade até hoje em um período de 365 dias. A interessante revelação por parte dessa estatística é que foi constatado um declínio na quantidade de jogos que receberam a censura “Mature” (sem mencionar a quase inexistente “Adults Only”). 12% em 2005, 8% em 2006 e 6% em 2007. O número total de jogos aumenta, mas a porcentagem de jogos “Mature” diminuiu. Notaram algo de estranho?

A reação imediata é pensar: Isso significa que os jogos estão perdendo o seu conteúdo “adulto”? A quantidade de jogos infantis lançados é cada vez maior. Ao mesmo tempo, jogos como Manhunt 2, que no caso alega ser idêntico ao filme Jogos Mortais, receberam a censura “AO” (enquanto o filme recebeu “R”, que equivale a “M” dos videogames). Meses depois, o inofensivo RPG Mass Effect é duramente criticado em rede televisiva por uma série de ignorantes, que não tem contato com videogames, por causa de uma cena de sexo.
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ratingsymbol_aoCurioso como o videogame é tão criticado. Será por ser uma mídia mais recente que as outras? Seria isso um processo de adaptação? Ao mesmo tempo, me pergunto, será que o conselho que decide a censura dos jogos aos poucos não é influenciado? Aos poucos a noção de o que antes era “AO”, hoje em dia pode ser só “Mature”? Talvez o critério de padrão esteja se modificando e a gente não percebe. Especialmente quando pessoas totalmente isoladas do mundo dos games tentam criticá-lo.




Entrevista: VGL e Jack Wall

25 05 2007

Com o divulgado retorno do Vídeo Games Live para o Brasil não há como não se perguntar como isso tudo começou. Jack Wall e Tommy Tallarico são a resposta, afinal são os fundadores do famoso concerto que assisitmos em 2006, e em 2007 promete retornar. Wall comenta isso e mais na entrevista.

Jack Wall é um compositor veterano da indústria de games que recentemente trouxe para o Brasil o que era antes o simples sonho de um viciado em games. Contudo o Vídeo Games Live fez com que a musica dos jogos ultrapassasse aquele simples conceito musical que só interessava aos jogadores. O show está fazendo apresentações pelo mundo afora desde 2005 e mostrando para todos que não são somente os game-maníacos que podem apreciar suas melodias favoritas, mas também aqueles que nunca botaram a mão em um controle. Em suma: O Vídeo Games Live mostrou que a musica de vídeo game em sua forma orquestrada pode agradar a todos. Jack, antes de mais nada, obrigado por essa oportunidade.

Arthur Protasio: Então, como foi o Blizzard’s Worldwide Invitational? Parece que a VGL fez sucesso na Ásia também.

Jack Wall: Foi fantástico! Que palco tivemos! Tela LED de última geração passando videos e outras três telas gigantes mostrando o evento. Muitas luzes e efeitos. A gente passou uma semana programando tudo isso antes de irmos. Foi um show muito animado. Gostei muito!

AP: Você chegou a jogar muito WOW (World of Warcraft) ou foi o trailer do Starcraft 2 que te interessou mais?

JW: Na verdade eu não cheguei a jogar nada. Eu estava muito ocupado produzindo o show com o pessoal da Blizzard e o Tommy. Ainda assim foi divertido, a gente deu umas voltas pelo evento e viu milhares de pessoas se divertindo. Inclusive assisti a um pouco do campeonato de Starcraft.

AP: É incrível ver o quanto você já alcançou. Como que tudo começou? Por que você começou a trabalhar com jogos e qual foi sem primeiro emprego na área?

JW: Ei, eu só estou interessado em musica. Eu realmente amo a carreira que eu tenho – todo dia é diferente e animado! Eu comecei em 1996 com um jogo pouco conhecido chamado Flying Saucer. Ele só foi lançado na Alemanha por uma empresa, que hoje em dia não existe mais, chamada Software2000. Era na realidade um jogo de computador bem legal e eu amei a experiência de fazê-lo. Era tão sinistro e etéreo ao mesmo tempo. A partir desse ponto eu continuei a fazer vários jogos ao lado da desenvolvedora Postlinear (inexistente arualmente) em São Franciso na Califórnia. Fiz uns bons contatos naquela empresa e depois comecei a trabalhar no Myst III: Exile e isso realmente alavancou minha carreira.

AP: Qual trilha sonora que você considera ser o seu maior sucesso e qual jogo que você mais se envolveu?

JW: Provavelmente o que eu estou fazendo agora! Eu já tenho um bom histórico: Myst III, Myst IV, Splinter Cell e Jade Empire. Agora eu estou trabalhando no Mass Effect que vai ser um grande lançamento na América do Norte no Xbox 360. Eu sei que o Xbox não é tão conhecido no Brasil, mas eu espero que alguns de vocês possam jogá-lo. É incrível! Um RPG com uma forte presença de ação que se passa no futuro – um ótimo drama de ficção científica. O jogo pretende competir diretamente com o Halo, acredito eu, mas na realidade as pessoas que jogam o um também vão jogar o outro. Então na prática não existe tanta competição.

AP: Como você surgiu com a idéia de tornar em realidade o que é hoje o show de videogames mais bem sucedido do mundo?

JW: Eu e o meu parceiro, Tommy Tallarico, nos reunimos uns 5 anos atrás e passamos a pensar em projetos que poderíamos fazer juntos. A idéia de criar um concerto rapidamente foi parar no topo da nossa lista! A gente queria trazer o mundo dos games para um cenário comum e a gente realmente tem tido um belo sucesso nisso.

AP: A versão brasileira do VGL atingiu suas expectativas?

JW: Até agora a platéia brasileira é a mais animada no mundo inteiro! Eu amei e nós estamos voltando!

AP: Com o retorno do VGL confirmado para o Brasil no mês de setembro, como que você se sente voltando?

JW: A gente ama voltar para o mesmo mercado – especialmente no Brasil! Ano passado a gente só confirmou o show no Rio poucas semanas antes de chegarmos e mesmo assim quase lotamos. Esse ano a gente espera ter os ingressos a venda bem mais cedo além de fazer vários shows!

AP: O que a platéia pode esperar? Algum repertório especial como no ano passado?

JW: A gente está planejando isso atualmente e eu realmente não quero falar nada até estarmos prontos para anunciar. A gente pode aparecer e simplesmente surpreender vocês!

AP: Você gosta de jogar videogame? Quais são os seus jogos favoritos e qual o aspecto mais importante em um jogo para você?

JW: Bem, eu tenho uma filha de 10 anos. A gente joga muito Mario e Guitar Hero juntos. Eu também gosto muito de Halo, Myst, Splinter Cell e alguns outros.

AP: Qual seu conselho para qualquer pessoa que queira seguir os seus passos?

JW: Em termos de composição, é tudo sobre a mistura de talento e os contatos que você tem na indústria. Nos Estados Unidos existe uma grande rede de contatos, especialmente na Califórnia, então se você puder ir para lá e conhecer algumas pessoas vale muito a pena. Você também pode se unir ao Game Audio Network Guild e aprender mais sobre como fazer tudo isso. Eu também recomendaria uma grande conferência que acontece todo mês de março em São Francisco, a GDC – Game Developers Conference. Em termos de apresentações e concertos… sem conselhos.

AP: Quais são seus planos futuros?

JW: Estou com projetos envolvendo composições, mas também estou planejando uma turnê européia para o VGL. Enquanto isso também estamos trabalhando aqui na Ásia. No entanto esse verão (ou inverno para os brasileiros) é tudo sobre os nove shows que apresentaremos na América do Norte e em seguida…BRASIL em setembro!

AP: Fantástico. Últimas palavras?

JW: É melhor vocês aparecerem para as nossas apresentações no Brasil!





Interview: VGL and Jack Wall

25 05 2007

Interview originally made on the 24th of May of 2007

With the confirmed return of Video Games Live to Brazil we can’t help ourselves but ask how it all started. Jack Wall and Tommy Tallarico are the answer. They are the founders of this famous concert that stopped by last November and now promises to com back. Wall talks about this and other topics in the interview.

Jack Wall is a veteran game industry composer that recently brought to Brazil what was one only a video-game addict’s dream. The Video Games Live concert used music in a way that surpassed that simple concept that only interested gamers. VGL has been touring since 2005 throughout the world and has shown that not only can the gamers enjoy their favorite tunes, but also those who have never touched a controller before. Long story short: The VGL concert has revealed that video game music in orchestrated form can in fact please everyone. Jack, before any questions, thank you for this opportunity.

Arthur Protasio: So…How was Blizzard’s Worldwide Invitational? It looks like VGL scored in Asia too.

Jack Wall: It was fantastic! What a set we had!! State of the art LED screens with video strips and 3 giant screens. Loads of lights and effects. We spent a week programming all of that before we went. It was a very exciting show! Loved it!

AP: Did you get to play a lot of WoW or was it the Starcraft 2 trailer that interested you the most?

JW: Actually, I did not get to play anything! I was too busy producing the show with the folks at Blizzard and my partner Tommy. It was fun though – we did get to walk around here and there and see thousands of people enjoying themselves and I did get to watch some of the Starcraft competition.

AP: It’s amazing to see how much you’ve achieved. How did it all start?  Why did you get started working with games and what was your first job?

JW: Hey I’m just interested in music I guess. I really like the career I have – every day is different and exciting! I started back in 1996 with a very little known game called ‘Flying Saucer’. It was only released in Germany by a now defunct company called Software2000. It was actually a very fun PC game and I loved it and the experience of making the game. It was so eerie and ethereal at the same time. From there, I continued to do several games by the developer (also out of business) called Postlinear Entertainment up in San Francisco, CA. I made good contacts at that company and then went off and started work on Myst III: Exile and that game really put me on the map!

AP: Which soundtrack would you consider to be your most successful, and which game did you get the most involved with?

JW: Probably the one I’m doing right now! I have had a pretty good run. Myst III, Myst IV, Splinter Cell, Jade Empire. Now I’m working on Mass Effect that one will be really big in North America on the Xbox 360. I know the Xbox isn’t so big in Brazil, but I hope some of you get to play it. It’s amazing!! It’s a role playing game with a serious action element set in the future – a great sci-fi drama. It will compete directly with Halo I think, but realistically, people who play Halo will also want to play this game and there really won’t be so much competition!

AP: How did you come up with the idea of turning reality into what is now the most successful live touring game concert in the world?

JW: My partner, Tommy Tallarico, and I got together about 5 years ago and started brainstorming on some things we might want to do together. This idea of creating a live touring concert experience quickly rose to the top of our list! We wanted to bring gaming to a communal setting and we’ve had some really nice success with it.

AP: Did the Brazilian edition of VGL meet your expectations?

JW: So far, the Brazilian audience is the most excited audience in the world!! We loved it and we’re coming back!!!!

AP: With the second edition of VGL being confirmed to Brazil in the month of September. How does it feel to come back?

JW: We love coming back to the same market again – especially in Brazil! Last year, we only confirmed our show in Rio mere weeks before we came and just about sold out! Well, we’re hoping to have tickets on sale much earlier this year and we hope to do multiple shows!!!

AP: What can the audience expect? Any special scores like last year?

JW: We’re planning that now and I really don’t want to say until we are ready to announce. We might just come and surprise you!

AP: Do you enjoy playing games? If so, what are your favorite games and what do you think is the most important aspect of a game?

JW: Well, I have a 10 year old daughter. We play a lot of Mario and Guitar Hero together. I also love the Halo series, Myst, Splinter Cell and a few others.

AP: What is your advice for anyone who wants to follow your footsteps?

JW: For composing, it’s all about the mixture of talent and your network of people in the industry. There’s a great network in the states – especially in California, so if you can get out to California and meet some people that goes a long way. Also, you can join the Game Audio Network Guild (www.audiogang.org) and learn more about how to do all of that. I would recommend a great conference called the Game Developers Conference (www.gdconf.com). It’s held in March every year in San Francisco, CA in the US. For putting on concerts? Uh… no… no advice.

AP: What are your future plans or upcoming projects?

JW: I have some irons in the fire for composing, but I’m also planning a European Tour for VGL with Tommy right now. Beyond that, we’re getting fired up in Asia as we speak. But this summer, it’s all about 9 shows in North America, followed by… BRAZIL in September!!

AP: Any last thoughts?

JW: You BETTER come see our shows in Brazil!! Take care!