Desinformação e Preconceito são duas palavras chaves que permeiam um ferrenho debate acerca dos jogos eletrônicos. Esse é um dos exemplos:
Em recente notícia a famigerada ESRB, conselho que determina a censura dos jogos lançados no mercado internacional divulgou que classificou em 2007 um total de 1563 jogos, ou seja, a maior quantidade até hoje em um período de 365 dias. A interessante revelação por parte dessa estatística é que foi constatado um declínio na quantidade de jogos que receberam a censura “Mature” (sem mencionar a quase inexistente “Adults Only”). 12% em 2005, 8% em 2006 e 6% em 2007. O número total de jogos aumenta, mas a porcentagem de jogos “Mature” diminuiu. Notaram algo de estranho?
A reação imediata é pensar: Isso significa que os jogos estão perdendo o seu conteúdo “adulto”? A quantidade de jogos infantis lançados é cada vez maior. Ao mesmo tempo, jogos como Manhunt 2, que no caso alega ser idêntico ao filme Jogos Mortais, receberam a censura “AO” (enquanto o filme recebeu “R”, que equivale a “M” dos videogames). Meses depois, o inofensivo RPG Mass Effect é duramente criticado em rede televisiva por uma série de ignorantes, que não tem contato com videogames, por causa de uma cena de sexo.
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Curioso como o videogame é tão criticado. Será por ser uma mídia mais recente que as outras? Seria isso um processo de adaptação? Ao mesmo tempo, me pergunto, será que o conselho que decide a censura dos jogos aos poucos não é influenciado? Aos poucos a noção de o que antes era “AO”, hoje em dia pode ser só “Mature”? Talvez o critério de padrão esteja se modificando e a gente não percebe. Especialmente quando pessoas totalmente isoladas do mundo dos games tentam criticá-lo.
Embora que acredito que certos tipos de jogos virtuais podem influenciar um comportamento agressivo na vida real, acho complicado e problemático quando a mídia – como demonstrado acima – parece seguir uma estratégia de “limpeza geral”. Generalizações, baseados no “detergente” da political correctness e no “populismo dos bomzinhos” não adiantam, não ajudam a encarar a realidade.
Ora, e isso vem de alguém que não se interessa por videogames.
Acho que esse tipo de situação apenas revela o preconceito da sociedade leiga (no que diz respeito a games). Não só como entusiasta/jogador, mas como desenvolvedor de jogos, escritor e aluno de direito eu advogo em favor dos jogos como obras expressões culturais e artísticas.
Há jogos violentos sim, mas acredito que devemos encarar isso como um evidência da variedade de conteúdo que os jogos abordam. Nem todos são violentos e muitos são maduros sem nem mesmo serem violentos ou belicosos. Por isso precisamos aplicar a classificação indicativa que temos a mão em vez de impedir o acesso de toda a sociedade.
Acredite se quiser a sua compreensão, vinda de um “não-jogador”, é muito apreciada.
Embora que acredito que certos tipos de jogos virtuais podem influenciar um comportamento agressivo na vida real, acho complicado e problemático quando a mídia – como demonstrado acima – parece seguir uma estratégia de “limpeza geral”. Generalizações, baseados no “detergente” da political correctness e no “populismo dos bomzinhos” não adiantam, não ajudam a encarar a realidade.
Ora, e isso vem de alguém que não se interessa por videogames.
Muito obrigado pelo seu comentário Peter!
Acho que esse tipo de situação apenas revela o preconceito da sociedade leiga (no que diz respeito a games). Não só como entusiasta/jogador, mas como desenvolvedor de jogos, escritor e aluno de direito eu advogo em favor dos jogos como obras expressões culturais e artísticas.
Há jogos violentos sim, mas acredito que devemos encarar isso como um evidência da variedade de conteúdo que os jogos abordam. Nem todos são violentos e muitos são maduros sem nem mesmo serem violentos ou belicosos. Por isso precisamos aplicar a classificação indicativa que temos a mão em vez de impedir o acesso de toda a sociedade.
Acredite se quiser a sua compreensão, vinda de um “não-jogador”, é muito apreciada.