A excelente coluna de Hermano Vianna (toda sexta-feira no jornal O Globo) é conhecida por sua abordagem versátil e informativa em relação a tudo que tem a ver com cultura e inovação.
Diante disso, falar que fiquei lisonjeado é quase um eufemismo, quando, hoje, me deparei com o texto do antropólogo que não só citou meu trabalho com o videolog LudoBardo, mas também revelou ser um espectador. É gratificante saber que os episódios estão sendo reconhecidos pelo seu compromisso com uma reflexão crítica em relação aos jogos e suas narrativas. Afinal, o objetivo é estimular o pensamento crítico em relação a uma mídia que muita gente consome, mas ainda não reconhece como cultura e arte: o jogo.
Aliás, sobre esse assunto, o próprio Hermano já escreveu: “Game é Cultura“.
Abaixo segue um trecho que transcrevi da coluna publicada no Segundo Caderno do jornal O Globo:
Falando em clipes: todo mundo sabe que sua linguagem (clipada?) também foi sampleada em muitos outros territórios audiovisuais. O uso que considero mais promissor foi aquele apelidado de “nub” por Charlie Tims, pesquisador de novas tendências da comunicação. Nub é o videoclipe que divulga não uma música, mas uma ideia: pode ser explicação filosófica, aula de física, manifesto político. A internet está cheia de experiências nesse sentido. Descobri recentemente e atrasado o blog LudoBardo (www.vagrantbard.com), do Arthur Protasio, dedicado a “narrativa, games e arte”, onde há excelentes exemplos de como pequenos vídeos podem condensar uma quantidade enorme de ideias de forma divertida.
Já conhecia o trabalho do Arthur no Centro de Tecnologia e Sociedade da Escola de Direito da FGV carioca, onde coordena o grupo de estudos sobre games. Mas nem imaginava que ele possuía também um avatar de apresentador de TV nerd, especializado em desbravar a área pouco explorada da análise de jogos eletrônicos a partir de seus elementos propriamente narrativos. No LudoBardo, desde o início de 2011, Arthur já publicou oito vídeos, cada um com cerca de dez minutos de duração. Parece pouco, mas quando prestamos atenção na quantidade de imagens editadas (muitas vezes uma para cada palavra chave) podemos ter noção do número de horas necessárias para sua edição, sem falar em pesquisa e roteiro. O resultado já é uma das mais sérias (sem perder a diversão jamais) reflexões sobre a estética dos games, que pode ser útil para jogadores ou para quem quer investigar os caminhos mais populares da arte contemporânea.
(Fonte: O Globo – Página 2 do Segundo Caderno. 14 de outubro de 2011)
Fantástico Arthur, parabéns!
Dá-lhe, garoto! :)