A favor do Google Glass: Avanço tecnológico é inevitável [Coluna para Folha de São Paulo]

15 05 2013

No 06/05/2013 foi publicada uma coluna que escrevi para o jornal Folha de São Paulo sobre as possíveis vantagens do novo Google Glass. Ocorre que, como toda coluna sintética, tive de fazer um recorte bem específico e a discussão do avanço tecnológico vai além do novo aparato da Google. Por isso, segue abaixo a coluna original-expandida:

Uma das formas mais comuns de se imaginar uma nova tecnologia é por meio de obras ficcionais. O filme “Minority Report – A Nova Lei”, lançado em 2002, é apenas uma dessas obras, mas a ilustração cabe perfeitamente nesse caso. O protagonista habita um mundo no qual existe uma tecnologia que permite prever crimes antes que eles sejam cometidos – o que por si só já é um enorme (e curioso) avanço tecnológico.

Talvez mais curioso ainda seja o fato de que a trama se desenvolve durante o ano de 2054, um ano em que é comum cidadãos serem expostos a publicidade personalizada a partir de uma rápida leitura de retina e telas digitais serem manipuladas por gestos com as mãos e braços. O que era algo esperado para 52 anos depois do lançamento do filme (ou 41 anos a partir de hoje) pode estar mais próximo do que imaginamos.

Nosso ano de 2013 não é diferente. Estamos expostos a um constante evoluir tecnológico que, embora seja rápido demais para uns ou desnecessário para outros, inevitavelmente molda o percurso que a humanidade trilha, bem como diversas de suas referências culturais e temporais. O que poderia parecer impossível a partir da gesticulação do ator Tom Cruise no filme Minority Report, hoje é um ato comum quando alguém interage com o acessório Kinect da Microsoft. As câmeras presentes no aparelho são capazes de identificar os movimentos corporais do jogador e traduzi-los em comandos simples, como interromper um filme, ou complexos, como uma coreografia de dança. Read the rest of this entry »





Objection! #4 – Jogos Curriculares

20 08 2009

Originalmente publicado na “Coluna Objection!” do site eArena Games

Nosso colunista mostra como os games tem (muito) a nos ensinar!

StarCraft

StarCraft

Em janeiro (2009), Kotaku noticiou ao mundo uma iniciativa peculiar envolvendo dois elementos (aparentemente) muito distintos: aprendizagem e StarCraft. Foi confirmado que UC Berkley tinha uma aula sobre aArte Competitiva de StarCraft“.

A classe concentra-se em aplicar o pensamento crítico, a tomada rápida de decisões, e a teoria da habilidade em jogos em uma análise aprofundada de como a teoria da guerra é conduzida dentro dos limites do jogo. Pré-requisitos incluem um conhecimento prático da estratégia de StarCraft e as leituras sugeridas são A Arte da Guerra de Sun Tzu e Crazy as Me por Lim Yo. Impressionante, não? Ver jogos serem tomados tão a sério entre um ambiente acadêmico. Verdade seja dita, os jogos eletrônicos surgiram como uma mídia do entretenimento, mas com o tempo os seus usos provaram ser muito mais variados. Read the rest of this entry »





Objection! #2 – A Voz da Narrativa

20 04 2009

Originalmente Publicado em EArena Games

Em sua segunda coluna, Arthur Protasio mostra o valor de uma história bem contada! Senta, que lá vem história!

Call of Duty 4 by Julio Estrada

Call of Duty 4

Não é mistério que a narrativa nos games se tornou mais elaborada de anos atrás para cá. Não significa dizer que narrativas complexas são uma novidade, mas que a atenção dada a elas tem aumentado e a quantidade de jogos preocupados com a mesma também. Não mais são apenas os RPGs associados com a ideia de uma boa história ou experiência. Ocorre que apesar de todo esse quadro, ainda se acredita que a narrativa nos jogos eletrônicos tem muito o que aprender.

É dito que os jogos eletrônicos, por representarem uma mídia recente, copiam outras, como o cinema. Alguns alegam que essa similaridade é positiva, pois permite que os jogadores vivenciem a ação no melhor estilo hollywoodiano. Outros, como Jonathan Blow (criador de Braid), afirmam que o forte dos jogos digitais é a interação e, se a mesma for suprimida em favor de uma história (que já não é boa), teremos o equivalente a filmes ruins. Read the rest of this entry »





Objection! – Entrevista Arthur Protasio

1 04 2009

Originalmente publicado no portal EArena Games

Entrevista: Apresentando Arthur Protasio

Por Márcio Filho – Direto do Rio de Janeiro

Little Computer People

Little Computer People

Arthur Protasio. Quem está ligado no mercado já ouviu falar do nome dessa figura. Dono de uma escrita literária, cheia de referências – que também pode ser conferida no seu blog -, porém muita fluída e descontraída, Protasio vem despontando no mercado como um dos grandes nomes para o roteiro. Com sua narrativa única e uma cultura que o permite navegar por diversos meios – e levar o leitor junto, em um divertido passeio – Protasio levará você, usuário do EArenaGames a refletir sobre diversas coisas que ocorrem no mundo dos games, trazendo curiosidades e histórias incríveis.

Arthur Protasio é o nosso mais novo colunista e para que vocês possam tomar conta de sua intimidade, entrevistamos o nosso mais novo membro da equipe!

Degustem sem moderação!

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Objection!

25 03 2009

Vodpod videos no longer available.

No último sábado, dia 21 de março, teve início a minha coluna, “Objection!”.  Estreado por uma entrevista e uma edição introdutória, o espaço no portal EArena Games, é voltado para a discussão mensal de tópicos como a narrativa e cultura nos games. O nome da coluna não é resultado somente da minha graduação jurídica, mas especialmente em razão do icônico grito do personagem Phoenix Wright. Ninguém melhor que ele para representar o direito, o debate e a objeção nos jogos eletrônicos.

Os assuntos abordados vão variar, desde questões polêmicas como proibições de jogos, assim como a presença de DRM nos mesmos, até outras questões mais técnicas como estratégias utilizadas para transmitir enredos e diálogos em jogos.

Apesar de ser uma coluna, eu incentivo o debate. Primeiro exponho meu entendimento, mas em seguida abro espaço para comentários. Não há qualquer tema que não possa ser aprimorado por uma boa argumentação. Logo, espero que os leitores tenham voz e façam bom uso dela para expor críticas e sugestões que possam contribuir para a formarção de uma consciência gamer.

Assim como a coluna de Indie Games do Game Cultura, o conteúdo da Objection! será disponibilizado aqui no Vagrant Bard. Acompanhe e comente.

Para mais informações entre em contato comigo ou visite Objection!.





Indie Games: Jogos Críticos

7 11 2007

Coluna originalmente publicada no site Game Cultura no dia 07/11/2007 por Arthur Protasio

Na sua essência, os jogos visam entreter o usuário. Hoje, isso não é problema com o vasto acervo de games disponíveis. Embora quantidade não seja sinônimo de qualidade, é fácil afirmar que existem várias pérolas na indústria do video game dignas de várias horas de jogo.

Acontece que muitos desses jogos simplesmente oferecerem seqüências de matança desenfreada ou o ato de martelar um botão no controle sem pensar muito. Outros oferecem horas a fio de quebra-cabeças de te fazer suar de tanto pensar. Tudo isso é divertido: afinal, se não fosse, não haveria público e não faria sucesso. No entanto, a maioria visa apenas o entretimento do jogador.

O destaque se dá, contudo, quando jogos começam a desviar dos gêneros clássicos para oferecer uma mensagem em forma de jogo. Não significa que o jogo, como estrutura jogável, seja excelente, mas se nota que além do entretenimento, jogos também podem ter outra função. Surgem então as várias ramificações dos jogos não voltados simplesmente para passar o tempo dos usuários.

Existem jogos educativos, simuladores, publicitários e por ai vai. Cada um utilizando a estrutura de regras de um jogo para comunicar uma mensagem diferente. Em meio a essa gama de opções é que surgem também os jogos críticos. Seja em referência à sociedade, à política ou qualquer outra temática. Os jogos eletrônicos, hoje, já fazem parte de uma cultura global e certos desenvolvedores buscam se aproveitar dessa estrutura para transmitir informação.

Uma desenvolvedora italiana, Molleindustria, cria jogos que servem de perfeito exemplo para esse novo gênero. Jogos feitos por eles incluem um de estratégia no qual você deve gerenciar o McDonald’s (desde a criação de gado, até a venda dos hamburgers), outro no qual você deve cuidar de um proletário “tamagochi“, um terceiro em que você deve proteger padres pedófilos e assim em diante. Torna-se evidente que o conteúdo certamente não é recomendado (tecnicamente) para os menores de 18 anos e na prática para quem não tem maturidade suficiente para entender.

O objetivo da desenvolvedora, como especificado no site, é apropriar os jogos como um método de comunicação em massa. Se autodenominando como criadora de jogos radicais contra a ditadura do entretenimento e buscando evitar os clichês, Molleindustria coloca seus jogadores para pensar. Seja controlando o presidente Bush para roubar pensamento crítico da sociedade, evitando que o seu operário entre em greve, lançando estratégias de marketing atrativas para o terceiro mundo com a ajuda do Ronald McDonald, fingindo ter um orgasmo ou usando o “papa-cóptero” para resgatar um padre em apuros. Apesar de muitas vezes lidar com temas delicados, o conteúdo crítico passado claramente questiona situações atuais. Cada jogo contém um introdução que fundamenta a sua criação e inicia a reflexão.

Apesar do site afirmar que você pode jogar sem pensar, eu discordo. Os jogos, apesar de divertidos por alguns minutos, não visam o entretenimento puro. Por isso, o jogo serve como exemplo de inovação quanto à criatividade porque a estrutura é toda usada como um estopim para a discussão e a conscientização em massa. Tente gerenciar o McDonald’s por alguns minutos e veja como não é fácil lucrar se sempre formos politicamente corretos. Use essa experiência de jogo para pensar e questionar a situação atual. Mais tarde, perceba como isso tudo começou a partir de um jogo independente.

Jogue…