LudoCast e Baixo Frente Soco

1 10 2010

Esse post é dedicado a dois podcasts sobre jogos que tive o prazer de participar e foram ao ar hoje.

Conheçam LudoCast e Baixo Frente Soco!

O primeiro deles é o episódio inaugural de um podcast informal e divertido, criado por amantes da mídia dos jogos eletrônicos, em que discutimos porque os jogos eletrônicos são tão importantes para nós e como eles surgiram em nossas vidas.

Neste Ludocast, os participantes foram eu (Arthur Protasio do Vagrant Bard), Bruna Torres do Girls of War, Bruno Baère do Pizza Frita, Isabel Ferreira do Red(dish) Wings e Rian Rezende do Academia Lúdica.

Escute e acompanhe o LudoCast aqui.

Duração: 27min.


O segundo podcast discutiu, no seu 11o episódio, o conceito de “vilão”. O episódio Poderosos Chefões foi um “excelente prazer” pra mim porque a equipe é muito simpática IRADA e engraçada. Por isso, foi divertido e hilário debater os diferentes tipos de vilões que existem nos jogos. Fica aqui o meu agradecimento pelo convite e a oportunidade.

Escute e acompanhe o Baixo Frente Soco aqui.

Duração: 1h e 15min.





“Games: Uma Mídia de Expressão” no São Paulo Game Show 2010

16 09 2010

Este é um pequeno trecho da palestra que apresentei no evento São Paulo Game Show no dia 15 de julho de 2010.

Games: Uma Mídia de Expressão” foi uma exposição que fiz acerca do panorama mundial da mídia dos jogos eletrônicos. Abordei a questão dos games não apenas como um produto do entretenimento, mas como um veículo de expressão e obra de relevância artística e cultural.

Em seguida, questionei a visão que prevalece mundialmente em relação a essa mídia, identifiquei obstáculos que a mesma atualmente enfrenta e exibi diversos exemplos de obras que atuam como canais de educação, expressão pessoal e reflexão narrativa (dentre outras vertentes).

Essa foi uma oportunidade particularmente divertida para mim, porque pude fazer uma introdução geral tocando em assuntos como proibições judiciais de jogos, a liberdade de expressão na Constituição e a visão que prevalece na sociedade acerca dos games. Logo em seguida, citei trocentos vários exemplos de jogos que cumprem diversos papeis. Os exemplos variaram desde Max Payne, God of War, Okami, Grim Fandango, Chrono Trigger, Passage, COD4: Modern Warfare, Civilization, até The Sims (e a lista continua), mostrando por que cada um deles é relevante como uma obra de expressão, seja esta artística, pessoal, social, cultural ou educacional, que combina estas características com o entretenimento.

Fazendo uso de outras mídias para garantir melhor efeito, também mostrei alguns vídeos curiosos, como uma propaganda engraçada da GameFly, um vídeo assustador do exército americano, paródias criativas em machinima, 235 jogos independentes ao som de agradável chiptune e uma emocionante explicação para por que você é a pessoa mais poderosa do mundo.

Adoraria repetir essa apresentação. Se surgir a oportunidade (ou se você quiser me convidar), será um prazer.

Os links mencionados durante o vídeo estão aqui:

03:03

Aprendizado Tangencial: http://youtu.be/rN0qRKjfX3s

03:50

Games Curriculares: http://ur1.ca/1fl28

Portal vira bibliografia obrigatória: http://ur1.ca/1fl2o

04:16

Arthur Protasio: https://vagrantbard.com/

Games, Arte, Cultura & Liberdade de Expressão: http://ur1.ca/1fkt4

Outras palestras/eventos sobre games: http://ur1.ca/1kfte





You Are Trash! Lançamento & Postmortem

9 09 2010

Finalmente, You Are Trash! está pronto!

Como desenvolvedor do jogo, farei um post dividido em duas partes:

1) Uma divulgação do lançamento e como você pode jogá-lo;

2) Uma (longa) análise postmortem do processo de desenvolvimento e resultado final.

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Grand Theft Auto e a Contemporaneidade

16 08 2010

Esse texto, de autoria minha e revisão por Isabel Ferreira, visa destacar a relação dos “games” com assuntos do ramo da psicologia. Nele, eu realizo uma breve análise e comparo o jogo eletrônico Grand Theft Auto IV, da desenvolvedora Rockstar, à contemporaneidade e às afirmações e opiniões de autores em seus respectivos textos. Dentre eles estão Bauman com o capítulo “Procurando refúgio na Caixa de Pandora” de “Vida Líquida”, Sennett com “Ilegível” e  Nicolaci-da-Costa com “Internet: Uma nova plataforma de vida”.

Se adotarmos o senso comum como verdade, chegaremos à conclusão de que os jogos eletrônicos – ou games, como atualmente são chamados – são ferramentas de alienação e lavagem cerebral de pessoas, especialmente crianças. Embora este trabalho não vise descer a minúcias sobre tal falácia e argumentar contra a mesma ponto por ponto, é necessário destacar a seguinte informação: os jogos eletrônicos podem ser representações culturais e artísticas tão eficazes quanto os filmes e a literatura.

Tomando a informação acima afirmada como ponto de partida, será feita uma análise do polêmico jogo eletrônico GTA IV, a mais recente iteração da série. O motivo da escolha da análise de tal jogo pauta-se no fato de que, apesar de GTA ser conhecido na mídia leiga de maneira negativa, por trás das notícias de caos urbano envolvendo crianças e adolescentes (que supostamente foram influenciados pelo game) está uma experiência de grande valor artístico e cultural, que frequentemente tece comentários sociais por meio da comicidade e do humor negro. Trata-se de uma excelente e satírica ilustração digital da cultura norte-americana, que reflete inúmeros elementos discutidos por autores como Bauman e Sennett. Grand Theft Auto merece reconhecimento. Como evidência de que, assim como em filmes e romances, narrativas são criadas a partir do convívio social de seus desenvolvedores e da exposição dos mesmos a outras obras de arte, as últimas interações da série buscaram retratar períodos específicos da história da cultura norte-americana. Read the rest of this entry »





Facetas de Nós: Interpretando Papéis em Games Online

5 04 2010

Esse texto foi escrito em co-autoria entre eu, Arthur Protasio, e Ana Wander Bastos. Separadamente, nós relatamos nossas experiências como (ex-)jogadores de RPGs online e traçamos os paralelos das identidades que assumimos nessas realidades virtuais com as opiniões e afirmações da autora Sherry Turkle em seu livro “A Vida no Ecrã”.

Introdução:

A autora Sherry Turkle aborda em seu texto “Facetas do Eu”, capítulo 7 de “A Vida no Ecrã”, os MUDs e os RPGs como ferramentas sociais de criação ou manifestação de identidades. Os MUDs atuam como espaços virtuais permanentes nos quais diversas pessoas se conectam e interagem por meio de descrições textuais. Linhas e linhas de texto servem o propósito de comunicar as ações de cada jogador, como dormir, jantar, conversar e narrar eventos a partir das identidades escolhidas – fossem estas equivalentes às da vida real ou não. RPGs, no entanto, estruturados como jogos de interpretação de papeis, tal qual um teatro improvisado com a inserção de mecânicas lúdicas, implicam na necessária criação e interpretação de personagens. A sigla RPG significa em inglês “Role Playing Game”. Em outras palavras, é uma atividade que se auto-intitula como “jogo de desempenho de papéis” e reúne jogadores em encontros presenciais. Tanto o MUD, conhecido pela sua representação textual de um espaço comum virtual permanente, como o RPG, notado por seu caráter lúdico, compartilham características no que diz respeito ao exercício da imaginação e à atuação de certas identidades. Apesar de serem experiências distintas, ambos são espaços para manifestações das diferentes facetas do “eu”. Atualmente, esse quadro analisado por Turkle permanece, mas as possibilidades aumentaram e não mais se resumem a estas duas atividades.

Com o advento da tecnologia, este cenário se alterou. Atualmente, diversos jogos, especialmente eletrônicos, assumem uma função única na qual ambas as características são incorporadas. Muitos jogos eletrônicos passaram a incorporar esta lógica da combinação, e assim originaram um gênero que promove a fusão dos MUDs com RPGs, sendo eles os MMORPGs. Esta sigla é união do já existente RPG com MMO, que significa, em inglês, Massive Multiplayer Online. Em poucas palavras, é um espaço lúdico e permanente que abarca na rede online uma quantidade massiva de jogadores. Embora muitos jogos hoje em dia possam ser inseridos nessa categoria, dois especificamente desempenharam um papel importante na vida destes autores, e fizeram parte do cotidiano ao ponto de reiterarem as palavras de Turkle. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é ilustrar tal cenário com as experiências pessoais de jogadores que habitaram mundos virtuais permanentes de caráter lúdico, e assumiram, ao longo desta experiência, diferentes facetas. Read the rest of this entry »





Primus Bacon: Primeiro Lugar na Mostra de Personagens PARLA!

5 11 2009
Primus Bacon no PARLA!

Primus Bacon no PARLA!

No dia 08 de outubro, durante a SB Games 2009 na PUC-Rio, teve início a mostra de Personagens PARLA!. Um concurso no qual o personagem Primus Bacon, criação minha em co-autoria com Larissa Fuchs, foi premiado com o primeiro lugar. Em meio à uma diversidade de conceitos e projetos de personagens Primus, o conhecido porco da casa de tijolos da fábula dos três porquinhos, se destacou. Não ganhou por ser uma versão reciclada da famosa fábula, mas por contar os fatos que sucedem a tragédia vivida pelo porco após os eventos da versão original de 1843 de James Orchard Halliwell-Phillipps. O personagem está exposto em tamanho real, ao lado de suas pranchas (e os outros premiados), no Solar Grandjean de Montigny da PUC-Rio.

Medindo 1,67m e pesando 200kg, Primus Bacon é uma alma ingênua, instável e angustiada que vive no robusto corpo de um porco. Um ser que hospeda, em função do ataque do Lobo Mau que sobreviveu anos atrás, um palco de duelo espiritual entre seus sentimentos de culpa e a sua determinação em atingir a felicidade. É o único porquinho sobrevivente dos eventos da fábula original “Os Três Porquinhos e o Lobo Mau” e, apesar de ao final comer o lobo assassino em um ensopado, o porquinho não consegue evitar a morte de seus dois irmãos. O sentimento de culpa e de responsabilidade fraterna juntamente com a solidão da fria casa de tijolos levam Bacon a entrar em profunda depressão. Alguns meses mais tarde, ele percebe que precisa ocupar sua mente e deixar para trás o passado que o assombra. Assim, Primus decide se mudar do ambiente rural para tentar a vida na cidade grande.

Pranchas PARLA! - Primus Bacon

Pranchas do Personagem

O ambiente urbano oferece oportunidades a Primus e ao procurar por empregos ele é contratado por uma construtora. Diante a frenética rotina de trabalho, Bacon passa a ocupar seu cotidiano com preocupações urbanas e mundanas. A vida ganha um novo sentido e não resta mais tempo para pensar. A triste memória da morte dos seus irmãos é substituída por freqüentes atividades sociais incluindo encontrar amigos em academias, após o trabalho, e sair para bares em busca de álcool, música e mulheres. Bacon se torna em um ser dividido entre a dedicação profissional e a busca por integração social e seus irmãos passam a visitá-lo apenas em eventuais pesadelos. Contudo, certo dia, no caminho para o trabalho, Primus repara um lançamento de livro que ocorre no interior de uma livraria. Curioso e suspeito, ele entra e pega um dos exemplares com o título “Os Três Porquinhos e o Lobo Mau”. Ao perceber que a história relata os acontecimentos do seu passado que levaram à morte dos seus irmãos, mas de maneira deturpada, Primus tem um ataque nervoso. Ele se enfurece, perde o controle próprio e avança na direção do Lobo que alega ser o autor. Em meio ao agressivo debate, Bacon é retirado por seguranças e entra em um ciclo depressivo. O escândalo da livraria é publicado nos jornais e o livro sobe para os bestsellers. Ele se esconde da sociedade durante meses e passa a gastar todo seu dinheiro em bebidas para tentar esquecer o evento e o seu passado. Em meio ao seu arrependimento, Bacon faz uma tatuagem no braço em homenagem aos irmãos e passa anos seguidos trancado em seu apartamento se ocupando com brinquedos infantis ao tentar reviver a felicidade de épocas passadas.

Primus Bacon Rosto - PARLA!

Primus Bacon em um Momento Feliz

Meses depois, no caminho para comprar mais bebidas, Bacon se depara com a entrada para um novo consultório terapêutico. Ele conclui que precisa de ajuda para tratar seus problemas emocionais e psicológicos e decide arriscar. Lá encontra uma sessão de terapia em grupo com vários outros personagens de fábulas que passam pela mesma frustração que a sua: a de não ter a verdadeira versão de sua história contada publicamente.

A exposição do Solar da PUC-Rio vai até o dia 6 de novembro (sexta-feira),  então não perca tempo e confira as possíveis datas e horários.

1843 por James Orchard Halliwell-Phillipps





Entrevista: Fernando Rabello e A Luz da Escuridão

30 10 2009

O meu interesse em jogos independentes não é nenhuma novidade. Já tive o prazer de entrevistar desenvolvedores de games como os criadores do musical “Synaesthete“, a mente por trás do simples e viciante “Death Worm” e o compositor/programador ZhayTee. Nomes (razoavelmente) desconhecidos, mas reveladores de que a popularidade não é critério necessário para avaliação de qualidade.

Em função desse cenário, naturalmente aceitei quando fui convidado para conhecer mais sobre o projeto “A Luz da Escuridão”, ainda mais se tratando de uma criação brasileira original. “A Luz da Escuridão“, fruto da imaginação de Fernando Rabello, ganhou o edital da Secretária da Cultura do Rio de Janeiro e assim teve a oportunidade de entrar em desenvolvimento. Além disso, recentemente dois personagens do projeto foram premiados no concurso de criação de personagens PARLA! e estão expostos no Solar da PUC-Rio ao lado de Primus Bacon (personagem de criação minha e da Larissa Fuchs). Conversei com Rabello sobre vários aspectos do projeto, desde sua concepção até as dificuldades em progredir. Como o jogo do projeto “A Luz da Escuridão” ainda não foi lançado, não tive a oportunidade de jogá-lo, mas destacarei alguns temas e momentos específicos da entrevista que me chamaram a atenção:

Sephius

Sephius, o protagonista do jogo de A Luz da Escurdião

Arthur Protasio: Fernando, como você apresentaria o projeto e o mundo de “A Luz da Escuridão”?

Fernando Rabello: A Luz da Escuridão é um universo de fantasia que tem como foco a dialética da luz e da escuridão. O cenário central do universo gira em torno do preconceito em que ambos os mundos tem um com o outro e o ódio que esse preconceito trás. A narrativa busca manter a atenção do espectador com uma série de mistérios que vão sendo revelados pouco a pouco. O universo tem uma história principal, mas a sua construção é feita na verdade através de uma série de história paralelas, algo como no filme Tempo de Matar. Cada personagem da história tem sua própria história que vai bem além da história principal do universo. É um universo com uma mitologia inédita, com suas próprias leis e características. Read the rest of this entry »








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